Artigos de Vander Luiz Rocha
Descubra o interior do Templo - A Jornada pelo Corpo Humano.
O corpo humano, ao longo da história, tem sido um objeto de estudo e contemplação em diversas áreas, incluindo a ciência, a filosofia e a espiritualidade.
Ao abordar o corpo humano pelo prisma além do material, percebemos que ele não é somente uma estrutura biológica, mas um veículo que abriga a essência do ser, ou seja, o eu. Este entendimento transcende a mera finalidade física, oferecendo uma visão global da existência.
Do ponto de vista espiritual, o corpo é o templo que habitamos. Tradições religiosas e espirituais ensinam que o corpo é sagrado, uma morada na qual a consciência se manifesta e onde experiências de vida se desenrolam. Essa visão resgata a ideia de que o corpo não deve ser visto como uma prisão, mas como um instrumento através do qual podemos explorar a vida, aprender e evoluir espiritualmente. A saúde do corpo é frequentemente vista como um reflexo da saúde do espírito que o habita.
A prática de cuidados físicos, como uma alimentação equilibrada, exercícios e o cultivo de hábitos mentais saudáveis, são considerados não apenas como cuidados com o corpo, mas também como formas de nutrir a alma. Assim, o bem-estar físico e espiritual estão intimamente interligados, onde um leva ao outro. Quando o corpo está em harmonia, a mente e o espírito também tendem a encontrar um estado de paz e equilíbrio.
Além disso, o corpo humano é uma manifestação de energia. Há ensinamentos vindos de correntes diversas, como o espiritismo, o hinduísmo e o budismo, que falam sobre receptores de energia cósmica universal conhecidos por chakras, corpo espiritual ou centros de força, que, por serem receptores de energia, influenciam a saúde e o estado bom ou mal-estar interior do indivíduo.
Cada parte do corpo está associada a diferentes aspectos da vida emocional e espiritual, sugerindo que as doenças físicas podem ter raízes em desequilíbrios emocionais e/ou espirituais. Essa conexão entre corpo e espírito nos convida a adotar uma abordagem integrada à saúde, pela qual a cura vai além do físico, buscando tratar a pessoa no seu estado completo: no duo corpo e alma.
Quando é falado alma ou espírito, não pode ser entendido outra coisa. A esse eu que guardamos com cuidado e carinho, que defendemos e protegemos, a esse eu que somos e sentimos é dado o nome de alma ou espírito. Quando alguém disser: "O espírito que habita o seu corpo", entenda que está sendo dito: "Você que habita o seu corpo".
O corpo e a espiritualidade se entrelaçam nas experiências místicas e transcendentais. Muitas pessoas relatam experiências nas quais a consciência parece se expandir além das limitações do corpo físico, levando-as a uma compreensão mais profunda da existência e da unidade com o universo. Essas experiências podem ser catalisadoras de transformação, promovendo uma sensação de propósito e conexão com algo maior.
O corpo e a espiritualidade se entrelaçam nas experiências místicas e transcendentais, proporcionando momentos em que a consciência se expande além das limitações físicas, revelando uma compreensão mais profunda da existência e da unidade com o universo.
Essas vivências, frequentemente transformadoras, cultivam um senso de propósito e conexão com algo maior, preparando o ser para a inevitabilidade da morte física, o estágio final onde se dá a separação entre o corpo e o eu espiritual.
Nesse momento, o corpo, o qual foi o nosso templo, é devolvido à mãe terra, enquanto nós, agora livres das amarras físicas, retornamos ao pai universal, completando assim um ciclo de vida e transformação que transcende o tempo e o espaço. Não é o fim, mas uma continuação da jornada, pela qual, a experiência na vivência material, nos permitiu o eterno fluxo de criação e renovação.
Portanto, o corpo humano, em sua complexidade e beleza, é muito mais do que uma simples estrutura física; ele é a expressão tangível da nossa existência, um instrumento sagrado que nos permite vivenciar, aprender e evoluir. Ao reconhecer a profunda conexão entre corpo, mente e espírito, somos convidados a cuidar de nós mesmos integralmente, honrando a vida que nos foi concedida. A morte, então, não é um fim, mas um portal para uma nova dimensão, onde a essência do ser, livre das limitações materiais, continua sua jornada em busca de plenitude e união com o todo. Assim, o corpo humano, em sua finitude, nos lembra da eternidade da alma e da infinita possibilidade de transformação que habita em cada um de nós.