Perguntei a alguém que passava pela calçada:
"Quando o seu corpo falecer, o que você fará?"
Tendo ele respondido:
"Entregarei ao Pai as mãos em concha cheia de erros e uma vontade de acertar".

Voltei ao meu aconchego, sentindo que essa resposta evocava uma profunda reflexão sobre a condição humana sob a perspectiva espiritual. Ao falarmos de "mãos em concha cheia de erros", estamos simbolizando a acumulação de falhas, de escolhas que não se mostraram acertadas ao longo da vida. Esses erros, longe de serem meramente negativos, são instrumentos de aprendizado e evolução. Cada erro é uma oportunidade de crescimento, uma chance de refletir sobre nossas ações e suas consequências.

A ideia de "entregar ao Pai" sugere um gesto de rendição e confiança. Este Pai, que pode ser interpretado como uma representação do Divino, da força maior que rege o universo, é aquele que acolhe nossas imperfeições. Essa entrega simboliza um abandono da culpa e um convite para que a luz da compreensão e do perdão ilumine nossas sombras. Ao reconhecer nossos erros e apresentá-los a essa força superior, estamos nos permitindo ser vulneráveis, aceitando que somos seres em constante transformação.

A "vontade de acertar" é a centelha da esperança e da intenção pura que nos move na jornada espiritual. é a busca pelo autoconhecimento, pela reparação das nossas ações e pela harmonia com os outros e consigo mesmo. Essa vontade reflete um desejo genuíno de fazer o bem, de evoluir e de ser um agente de luz no mundo. Em um sentido espiritual, essa busca não é somente sobre corrigir os erros, mas sobre cultivar a consciência e a compaixão.

Assim, a entrega dos erros e a aspiração de acertar se entrelaçam em um ciclo de aprendizado, onde a humildade se faz presente na aceitação de nossas falhas e a gratidão se manifesta na vontade de melhorar. O caminho espiritual é repleto de desafios e de momentos de reflexão, e cada erro se torna uma lição que nos aproxima de uma compreensão mais profunda da vida e do nosso propósito.

Em suma, ao entregarmos ao Pai nossas mãos cheias de erros e uma vontade de acertar, estamos nos alinhando com um processo de cura e transformação. Estamos abrindo nosso coração para o perdão, para a aceitação e para a busca incessante de uma vida mais plena, consciente e amorosa. é um convite à autenticidade, onde somos chamados a ser quem realmente somos, com todas as nossas imperfeições